[642] 255- "Eu não sabia o que estava acontecendo naquele momento".

17:44



Tudo parecia não fazer sentido, passei a revirar memorias, fuçar antigos emails, mensagens, fotos, nada fazia sentido.
Onde foi parar tudo aquilo? Todas aquelas palavras de carinho e juras trocadas, onde estavam as promessas feitas? Já não existiam mais. Já não se via mais palavras bonitas vindas de lá, ou daqui, na verdade já não havia mais palavra alguma, só o silencio naquele quarto.
O sentimento preso de maneira angustiante dentro do peito ainda existia, como seriam os próximos dias, pra onde eu iria, o que faria?

Mil perguntas invadiam minha cabeça como se tivessem ânsia por respostas imediatas, e eu não podia se quer reagir. Sentia-me paralisado como se de fato naquele instante meu mundo tivesse parado. Eu não sabia o que estava acontecendo naquele momento, ou talvez até soubesse mas não queria acreditar, não pode ser verdade, você tinha uma vida inteira pela frente. Eu só queria esperar ali tudo aquilo passar, mas não podia, não ia passar e eu tinha que seguir.

Como seguir se todos os planos foram feitos juntos, aquele orçamento da reforma da casa ainda estava no criado mudo, as contas rabiscadas na caderneta aquele dia em que planejávamos nossas ferias ainda estavam na gaveta. As mil alternativas de nome para o gatinho que pretendíamos adotar estavam anotadas no porta recados da geladeira. Eu não entendia porque tivera que ir, por que havia me deixado ali se por vezes me dissera que não imaginava outro pai pra nossos filhos, outro casal no nosso porta retrato. Por que tivera que ir?

Eu questionava a ti, a mim, a Deus, eu questionara tudo e todos que pudessem ser culpados por aquilo, por que haviam te tirado de mim, o que eu havia feito de tão errado pra merecer tal situação. Dias se passam e minha dor não se vai, eu sentia que metade de mim havia se perdido pra sempre, e talvez fosse a metade mais bonita de mim. Sentia -me como um robô, frio, sem sentimento algum e com os movimentos automáticos, já não havia mais vida alguma naquela casa.

A campainha rompe o silencio que a dias habita essa casa que tanto alegria tinha, era o carteiro. Uma encomenda em meu nome, uma caixa grande, estranho eu não havia comprado nada recentemente. Pra minha surpresa a caixa vem em teu nome, ao abrir me deparo com dois olhinhos esverdeados e assustados de felino me olhando, e um bilhete. Era tua letra, eu reconheci a maneira como "desenhava" o M ao escrever meu amor. 


"Meu amor, sei que ainda não decidimos o nome, mas talvez olhando a carinha dele seja mais fácil. Com amor ...Sua." 

Ler aquelas palavras foi como sentir você novamente ali, olhar para aquela caixa me fez reviver nossos sonhos. E eu tinha que viver, foi como sentir novamente suas mãos em meu rosto quando me dizia que eu não podia desanimar. Eu não sabia o que estava acontecendo naquele momento, mas eu sabia que era você mais uma vez não me deixando desabar e que era por você que eu tinha que continuar.

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2 comentários

  1. *-* Posso favoritar teu blog aqui? Posso né *-*. Agora uma dúvida mortal, fuço vários blogs participando do 642 coisas, mas nunca encontro pra participar, onde eu achoo? Queria tanto colocar no meu blog tbm *o*

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    1. Claro que pode rsrs Thais é um grupo no face, chama 642 coisas mesmo entra lá e você consegue ver a lista de "coisas" pra escrever ^^.

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